Tetsuya Takahashi, diretor executivo e escritor de Xenoblade Chronicles 3, explicou como abordou Moebius e Z no jogo. Isso faz parte do livro de arte lançado recentemente (você pode importar uma cópia da reprise aqui).
Os jogadores lutam contra diferentes membros dos Cônsules, ou Moebius, ao longo da aventura. No final das contas, tudo termina com um confronto contra Z, com Noah e o resto da gangue procurando mudar a dura realidade de seu mundo, que vê uma guerra sem fim e soldados com expectativa de vida de dez anos.
Aqui está o que Takahashi tinha a dizer sobre Moebius e Z em Xenoblade Chronicles 3:
“Ao pensar em fazer a história de Xenoblade Chronicles 3, havia uma série de coisas que eu queria fazer. O primeiro foram os inimigos. Eu queria fazer algumas pequenas mudanças na forma como os inimigos eram desenhados. Por exemplo, em Xenoblade Chronicles 1 e 2, o papel do vilão tem um certo orgulho – uma estética talvez, até mesmo filosofia ou crença, algo que os faz sentir-se justos. Eles foram feitos com o intuito de ver um confronto muito interessante entre o jogador e seu próprio senso de justiça. Por exemplo, Egil em Xenoblade Chronicles 1 e Jin em Xenoblade Chronicles 2 são personagens que podem até despertar a simpatia do jogador. Suponho que você poderia chamar isso de técnica teatral ou procedimento padrão para mostrar o modo de vida dos vilões.
Em Xenoblade Chronicles 3 tentamos aproximar o vilão da realidade. E o que queremos dizer quando dizemos “mais próximo da realidade”? Vamos fazer do inimigo alguém muito influente. É um pouco perigoso transformar alguém tão poderoso em inimigo, mas vamos tentar! Como diz Z, é a lógica do mundo real, se você puder decidir a lógica, você terá o poder de fazer as coisas acontecerem. Mesmo essas pessoas poderosas e influentes têm suas próprias vidas e laços com outras pessoas, mas o que vemos na superfície e sentimos como a raiz dessas pessoas é em grande parte... o que eu diria... desejo... talvez de controle, ou dinheiro, ou prestígio ou mesmo às vezes luxúria. Geralmente, uma vez que isso se enraíze, uma pessoa má pode nascer. Eu me pergunto como seria se esse tipo de pessoa fosse o perdedor.
Em relação aos persistentes inimigos de Moebius, eles exageravam o desagrado e o absurdo das pessoas no mundo real e, portanto, eram um inimigo pelo qual era impossível ter empatia. Então ao invés disso para a história principal, e também para as missões, o jogo foi feito com foco nos jovens, suas crenças, pensamentos e suas resistências. Perto do final do jogo, há uma cena em que Z diz “É porque me diverte”, mas ele poderia facilmente ter dito, ‘restaurantes três estrelas são tão deliciosos’, ou ‘Não posso deixar de ganhar dinheiro’ – o a linha real pode ser qualquer coisa. Simplesmente, sinto que queria fazer com que o Moebius encarnasse o desagrado da realidade, em comparação com os personagens principais e os protagonistas, que queria retratar de forma mais concreta.
Na ficção, os vilões normalmente são legais, até mesmo alguém como um político, mas é um pouco decepcionante que na realidade não existam vilões assim, aqueles no mundo da ficção são melhores, suponho. Eu me pergunto se algumas dessas pessoas mais estilosas aparecem no mundo real? (risos) Inicialmente pensei que poderia usar um tema da feiúra e do absurdo da realidade no jogo, quase como suponho que se possa dizer um “microcosmo”. Eu queria trazer à tona o sentimento de 'na realidade, não é uma coisa boa ter sua vida controlada assim!' Noah e seus amigos têm que viver de acordo com regras que eles próprios não decidiram. Meu primeiro pensamento foi retratar pessoas que podem destruir o sistema.”
Takahashi também reconheceu recentemente o interesse dos fãs em querer ver além do final de Xenoblade 3 e compartilhou algumas histórias do jogo. Você pode ler sobre isso aqui.
Tradução fornecida por Simon Griffin, Philip Proctor e SatsumaFS em nome da Nintendo Everything.
Fonte: Nintendo Everything
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